Eis a Época Mais Perigosa do Ano
Tatiana Daignault
22/12/2020
Como diz a famosa música americana de Andy Williams “Its the most wonderful time of the year” - É a época mais maravilhosa do ano. Eu sei, a tradução fica estranha. Porém a versão em inglês é literalmente maravilhosa e se refere a época do Natal. O autor descreve o período natalino como algo magico e encantador. É quando as pessoas se encontram, comemoram juntas, cantam, contam histórias e celebram a família.No entanto, estatísticas apontam para esta época, também como a mais PERIGOSA.Estima-se que no mundo, as ações criminosas aumentam em 30% no mês de dezembro.Quem saber por que? Por uma simples questão de oportunidade.Se pararmos pra pensar quase tudo aumenta nesta época, fica quase que óbvio que o perigo também. Vão aqui alguns exemplos disso:
Mais dinheiro no bolso, mais gente de olho
No Brasil temos o décimo terceiro salário, em outros países ao aumento das gorjetas, para os prestadores de serviço mais serviço. Todo ganham mais nesta época estão mais dispostos a gastar. Se uma pessoa é vista em um shopping ou em uma rua comercial em plena correria de Natal, fica claro que ela está propensa à gastar, ou seja, tem dinheiro na carteira ou na conta e assaltantes vão tirar vantagem. Afinal de contas, nós temos presentes pra comprar e eles também. Infelizmente a fonte de renda deles está na carteira alheia.
Quanto maior a correria, menor a atenção
Quem não se estressa durante o corre-corre do Natal? Parece que estamos sempre correndo atrás de algo e pra varias não somos os únicos, é um estresse coletivo. Nesse corre todo a filas estão maiores, os estacionamentos mais cheios e pra driblar tudo isso, perdemos a atenção. Ficamos mais cansados e nossa mente tende a estar um passo adiante. Seu corpo pode até estar na fila do mercado, mas sua mente está na ceia do Natal e são nestes momentos de fuga do presente que o perigo está. Criminosos adoram uma pessoa distraída.
Onde tem festa, tem bebida alcoólica e…
Onde tem bebida alcoólica demais tem: opiniões acerbadas, discussões de política, paqueras fora do contexto, comportamentos fora da linha. Tudo isso misturado à ausência de “filtro” que uns goles a mais pode proporcionar, termina em briga, ofensas, quebra-quebra, violência doméstica e muito, muito mais.
Natal é tempo de estarmos com quem amamos
Ooops… e quando ficar com quem amamos fica difícil? Ou quando essa escolha não inclui quem pensava estar na sua lista de prioridades? Casais brigam pra decidir com qual sogra vão passar a ceia, ex casais brigam pra decidir com quem os filhos vão ficar e nas festas, reina o tal do “quem me convidou x quem me excluiu”. Sem contar que temos que nos lembrar das escapadas. O marido que dá aquela desaparecida e desliga o celular, a esposa que não pode colocar o pé na festinha do escritório. Ahhh as festinhas de escritório…Tudo isso é motivo pra que insegurança e ciúmes tomem conta dos seres já estressados e é aí que os crimes passionais entram pela porta da frente.
Resumindo, nesta época os limites estão alterados e isso cria oportunidades para tanto ações orquestradas por quadrilhas experientes como para crimes passionais movidos pelo vapor quente do momento.
Percebe-se, coma descrição destas oportunidades, que o perigo nesta época é quase que inevitável, como uma formula matemática, então so nos resta tentar baixar estas probabilidades, tomando algumas precauções.
- Fuja das compras de última hora - compras online realmente ajudam neste quesito, sem contar que são mais seguras agora em tempos de Covid. Nas compras online sempre verifique se o site da loja é um site seguro e pra isso basta verificar se tem um cadeado na aba do endereço do site.- Evite compartilhar informações de ganhos extras, quando todo mundo fica sabendo que seu bolso está cheio, até os pombos aparecem.- Tranquem as portas!!! Ladrões que assaltam residências adoram os presentes que estão na árvore e tudo mais que voce em casa. - Isso é dica para o ano inteiro, mas vale reforçar aqui: Evite discutir com quem estiver alcoolizado. Aliás, evite discutir com qualquer um. Lembre-se o melhor argumento geralmente vez do tom de voz mais baixo e não precisa de força física.- Lembrem-se o tempo todo do Disque 100 no Brasil. Não deixem que situações difíceis percam o controle. a vida vale muito mais do que um breve dezembro.
Espero que todos tenham um fim de ano seguro e lembrem-se que a vida vale muito mais do que um breve dezembro.
Por que nos interessamos tanto por True Crime?
Tatiana Daignault
29 de Outubro de 2020
É fato que o interesse por histórias reais sobre casos criminais, gênero conhecido globalmente como “True Crime”, tem crescido substancialmente no Brasil e no mundo. Temos visto um aumento incrível do interesse humano principalmente por casos de homicídios e desaparecimentos. Dos 24 documentários da Netflix mais assistidos até outubro de 2020, 11 tratam-se de crimes reais. Diversos canais no Youtube e Podcasts abordam o tema seja com o intuito de entreter, educar ou ambos. Todos querem abordar os fatos por algum ângulo que ninguém havia pensado antes.
Quando a notícia de um crime passa na TV, ela rapidamente vira assunto. Quanto mais trágica ou insana for, mais longe a notícia chegará e por mais tempo será manchete. E sempre queremos saber mais, se o crime vira livro, queremos ler e se vira filme, queremos assistir.
Quando alguém morre de causas não naturais, a notícia instantaneamente desperta o interesse humano. Imagine então cenários onde assassinos andam pelas ruas sem serem identificados e vítimas que passam meses e até anos amarradas em porões são descobertas e libertadas? Tudo isso gera interesse e curiosidade. Agora acrescente alguns detalhes mórbidos e a história se espalhará pelo mundo. Queremos saber quem é o culpado, qual sua origem, quais são suas vítimas, quais foram suas motivações e o mais importante ... ele será punido? Porque se eles estiverem andando pelas ruas nós podemos ser a próxima vítima.
A questão é por quê? Por quê somos tão atraídos por estes assuntos? Será algum tipo de mecanismo de enfrentamento? Será que com isso estamos tentando enfrentar o terror da vida real através de uma distância segura? Afinal de contas, quando pensamos e devoramos fatos e detalhes de qualquer caso criminal que cruze nosso caminho, damos de frente com questões internas que somente casos como estes podem nos fazer pensar e nada como aprender sem ter que vivenciar.
Essa curiosidade mórbida é parte integrante da mente humana desde o início dos tempos. A morte sempre foi algo que poucos, se é que alguém, pode explicar. O destino então, este esconde mais incógnitas ainda. E ainda tem a infinita discussão sobre as escolhas. Por quê pessoas escolhem o caminho errado? A explicação pra tudo isso está no fato de que uma vez que a morte é estranha e e vida é um milagre, queremos entender porque alguém tiraria a vida de outro alguém. E uma vez que a liberdade é ouro, queremos saber porque alguém a subtrai de um outro alguém. Queremos entender o por quê destas escolhas.
A verdade é que nunca saberemos o verdadeiro porque, mas isso não nos impede de pensar e tentar decifrar. É isso o que nos faz humanos e é isso que nos faz evoluir como sociedade - o pensar.
Assassinatos e abduções nos remetem ao início dos tempos, onde pessoas visavam sobreviver, outras obter vantagem, ganhar poder, praticar vingança, e algumas apenas por sangue frio. Estudar a natureza destes fatos, nos faz observar a evolução da nossa espécie e a dinâmica do meio que vivemos. No momento em que ouvimos uma história onde um crime se passa, inconscientemente nosso cérebro montra uma estratégia de defesa, pra caso nós mesmos venhamos a passar por aquilo.
Mergulhar em histórias muito diferente das nossas, onde somente pela imaginação pisamos em estradas nunca percorridas, pode fazer nossa mente expandir e através desta expansão, bem como da consciência criada, podemos fazer nossas escolhas internas, definir nossos valores e nos preparar melhor para as curvas da vida.
Quando alguém morre de causas não naturais, a notícia instantaneamente desperta o interesse humano. Imagine então cenários onde assassinos andam pelas ruas sem serem identificados e vítimas que passam meses e até anos amarradas em porões são descobertas e libertadas? Tudo isso gera interesse e curiosidade. Agora acrescente alguns detalhes mórbidos e a história se espalhará pelo mundo. Queremos saber quem é o culpado, qual sua origem, quais são suas vítimas, quais foram suas motivações e o mais importante ... ele será punido? Porque se eles estiverem andando pelas ruas nós podemos ser a próxima vítima.
A questão é por quê? Por quê somos tão atraídos por estes assuntos? Será algum tipo de mecanismo de enfrentamento? Será que com isso estamos tentando enfrentar o terror da vida real através de uma distância segura? Afinal de contas, quando pensamos e devoramos fatos e detalhes de qualquer caso criminal que cruze nosso caminho, damos de frente com questões internas que somente casos como estes podem nos fazer pensar e nada como aprender sem ter que vivenciar.
Essa curiosidade mórbida é parte integrante da mente humana desde o início dos tempos. A morte sempre foi algo que poucos, se é que alguém, pode explicar. O destino então, este esconde mais incógnitas ainda. E ainda tem a infinita discussão sobre as escolhas. Por quê pessoas escolhem o caminho errado? A explicação pra tudo isso está no fato de que uma vez que a morte é estranha e e vida é um milagre, queremos entender porque alguém tiraria a vida de outro alguém. E uma vez que a liberdade é ouro, queremos saber porque alguém a subtrai de um outro alguém. Queremos entender o por quê destas escolhas.
A verdade é que nunca saberemos o verdadeiro porque, mas isso não nos impede de pensar e tentar decifrar. É isso o que nos faz humanos e é isso que nos faz evoluir como sociedade - o pensar.
Assassinatos e abduções nos remetem ao início dos tempos, onde pessoas visavam sobreviver, outras obter vantagem, ganhar poder, praticar vingança, e algumas apenas por sangue frio. Estudar a natureza destes fatos, nos faz observar a evolução da nossa espécie e a dinâmica do meio que vivemos. No momento em que ouvimos uma história onde um crime se passa, inconscientemente nosso cérebro montra uma estratégia de defesa, pra caso nós mesmos venhamos a passar por aquilo.
Mergulhar em histórias muito diferente das nossas, onde somente pela imaginação pisamos em estradas nunca percorridas, pode fazer nossa mente expandir e através desta expansão, bem como da consciência criada, podemos fazer nossas escolhas internas, definir nossos valores e nos preparar melhor para as curvas da vida.